os pêlos dele ainda estão espalhados pelo chão..
e nos lençóis ainda consigo sentir vesquícios do seu cheirinho característico.

quase chego a ouvir suas patas arranhando a porta, tamanha é minha expectativa de perceber novamente sua chegada ranzinza, exigindo que eu abra!

..

nunca conheci nenhum outro de sua espécia com a sua personalidade.
os cães mais amados costumam ser bobos, dóceis, carentes..
ele não! parecia sempre esbanjar auto-suficiência..
só fazia o que tinha vontade, ficava no lugar que escolhia e não ligava pra carinhos nem apegos.
era assim que conquistava respeito. também não queria muito mais do que isso..

..

se contentava em estar do meu lado. só do meu.
e eu me sentia completa com a sua presença.
sempre silenciosa, mas nunca indiferente..
um amor incondicional..

...

impossível não ser piegas ou nostálgica.
impossível me conformar.
impossível não questionar se a autópsia confirmaria que foi saudade.
impossível esquecer aquela rosnadinha que ele dava com meus abraços.

...

só resta resistir.
à dor mais comum.
mais simples, mais certa..

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por mais pós-moderna que a vida se torne, não existe Ctrl+Alt+Del no mundo real.
o que está já é e daqui pra frente só a memória me serve...