O telefone tocou muito cedo. Estranhei. Nesse horário não costumam ter boas notícias. De fato não era! Mais uma gravidez indesejada. Mais um problema que é fruto de toda a estrutura opressora da sociedade, mas onde quem arca com o ônus é só a mulher.
Se por um lado o nome “feminista” assusta tantos homens e mulheres que ainda não conseguem entender essa luta por igualdade, por outro lado, são nas feministas que muitas mulheres encontram o amparo necessário na hora em que toda a sociedade, a igreja e o Estado resolvem dar às costas para o seu problema.
“A maternidade é uma dádiva”, dizem. E de fato é um momento sublime, indescritível, quando uma mulher dá à luz uma nova pessoa. Desde que seja consentida, claro! A maternidade por obrigação deixa de ser dádiva e se torna problema social, aumentando índices de criminalidade e de miséria, num país onde a maioria já é de excluídos.
“Nem de papa, nem de polícia. Aborto é assunto de saúde pública”, dizem as feministas. E estão certas, uma vez que o aborto clandestino é a quarta causa de mortalidade materna, responsável pela morte de mais de mil mulheres por ano e de meio milhão de internações na rede pública de saúde.
Quando um “crime” poderia levar quase metade da população à cadeia, alguma coisa há que ser repensada! A questão, portanto, a refletir, não é sobre ser contra ou a favor do ato de abortar. Isso é muito pessoal, oras, só cabe a mulher decidir, diante da sua situação de vida, do seu momento, das suas crenças. O que devemos analisar é se toda mulher que resolve interromper o processo de gestação que ocorre em seu próprio corpo deve ser condenada como criminosa.
O caso que citei no começo do texto realmente aconteceu. Mas não figurará nos índices de mortalidade. Teve sucesso por tratar de uma mulher branca, de classe média alta, que dispõe de condições para realizar um aborto seguro em clínica de confiança. No entanto, não é isso que ocorre com as negras, pobres, jovens, que não têm o mesmo acesso e por isso costumam assumir conseqüências mais graves sobre suas escolhas.
Como já reconheceu a própria ministra das Políticas Especiais para Mulheres, Nilcéia Freire, aborto é questão de saúde pública e precisa ser legalizado, com urgência! O Estado não pode continuar responsabilizando as mulheres por um problema que engloba a sociedade inteira.
Cada caso é extritamente pessoal. Nossa escolha, independente de sermos feministas, humanistas, religiosos ou militantes, deve ser pela vida. E a vida das mulheres corre um sério risco enquanto nossos corpos continuarem sendo controlados por esse sistema opressor.
Se o papa fosse mulher, o aborto seria legal! Seria legal e seguro...
Se por um lado o nome “feminista” assusta tantos homens e mulheres que ainda não conseguem entender essa luta por igualdade, por outro lado, são nas feministas que muitas mulheres encontram o amparo necessário na hora em que toda a sociedade, a igreja e o Estado resolvem dar às costas para o seu problema.
“A maternidade é uma dádiva”, dizem. E de fato é um momento sublime, indescritível, quando uma mulher dá à luz uma nova pessoa. Desde que seja consentida, claro! A maternidade por obrigação deixa de ser dádiva e se torna problema social, aumentando índices de criminalidade e de miséria, num país onde a maioria já é de excluídos.
“Nem de papa, nem de polícia. Aborto é assunto de saúde pública”, dizem as feministas. E estão certas, uma vez que o aborto clandestino é a quarta causa de mortalidade materna, responsável pela morte de mais de mil mulheres por ano e de meio milhão de internações na rede pública de saúde.
Quando um “crime” poderia levar quase metade da população à cadeia, alguma coisa há que ser repensada! A questão, portanto, a refletir, não é sobre ser contra ou a favor do ato de abortar. Isso é muito pessoal, oras, só cabe a mulher decidir, diante da sua situação de vida, do seu momento, das suas crenças. O que devemos analisar é se toda mulher que resolve interromper o processo de gestação que ocorre em seu próprio corpo deve ser condenada como criminosa.
O caso que citei no começo do texto realmente aconteceu. Mas não figurará nos índices de mortalidade. Teve sucesso por tratar de uma mulher branca, de classe média alta, que dispõe de condições para realizar um aborto seguro em clínica de confiança. No entanto, não é isso que ocorre com as negras, pobres, jovens, que não têm o mesmo acesso e por isso costumam assumir conseqüências mais graves sobre suas escolhas.
Como já reconheceu a própria ministra das Políticas Especiais para Mulheres, Nilcéia Freire, aborto é questão de saúde pública e precisa ser legalizado, com urgência! O Estado não pode continuar responsabilizando as mulheres por um problema que engloba a sociedade inteira.
Cada caso é extritamente pessoal. Nossa escolha, independente de sermos feministas, humanistas, religiosos ou militantes, deve ser pela vida. E a vida das mulheres corre um sério risco enquanto nossos corpos continuarem sendo controlados por esse sistema opressor.
Se o papa fosse mulher, o aborto seria legal! Seria legal e seguro...